quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Enquanto isso em Londres...

Só se fala de Doris Salcedo, e Shibboleth, sua obra majestosa que ocupa todo o Turbine Hall da Tate Modern, apelidada entre os londrinos de The Crack.

No primeiro momento, você chega sem saber de nada e grita que é isso? Não tem como não se assustar. A obra é a primeira a intervir diretamente com a estrutura do museu, e quando se fala de estrutura interrompida, todo mundo balança. Mas que estrutura é essa que estamos falando?

Seguindo com seu trajeto de trabalhos cheios de critícas sociais, em Shibboleth, Doris fala sobre problemas socioeconômicos que estão abalando o mundo contemporâneo. Enquanto estamos aqui, discutindo um cataclisma que virá, em forma de onda ou furacão, garantindo a destruição total do planeta, esquecemos de olhar para dentro onde o cataclisma já está acontecendo em formato de discrepância social. O mundo está sendo perseguido por suas próprias atitudes separatistas, que caminham lado a lado, em um embate infindável de força e poder. Não há mais volta. A estrutura já foi rompida, modificada. A rachadura, intervenção na estrutura do museu veio para mostrar que a estrutura do mundo já era, graças a nossa indiferença as graves conseqüências que essa divisão traz.

A instalação no Turbine Hall não se atem a discutir apenas a interação escultura – espaço. Trazendo a tona deficiências na base de ideais contemporâneos a artista denuncia o racismo e a indiferença presente na nossa sociedade, falando de medo e violência.

A verdade que quando você está lá frente à Shibboleth você não consegue em pensar em mais nada alem de como ela fez isso? Mas a força da obra é tamanha, que passados três meses estou aqui, ainda tentando entender, ou entendendo e criando mais e mais duvidas, dia após dia.
Muitos ainda estão irritados com as mudanças do corredor. Serão esses os mesmos que estão irritados com a mudança no mundo?

Se tiver a oportunidade, até 06 de abril na Tate Modern.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Galeria Triangulo

Enfim, todo mundo voltou da Arco e o circuito de exposições em São Paulo volta a bombar, pra nossa alegria. Agente não agüentava mais esperar, então saímos para passear em busca das novidades.

Para quem procura se embebedar de coisas lindas, aí vai à dica: Coletivo, na Casa Triangulo. A Galeria, começa o ano, mostrando o que a casa tem de bom, com desenhos inconfundíveis de Sandra Cinto, projeto em maquete de Lucia Koch, pintura de Rogerio Degaki, colagens sobre parede de Rick Castro e muitos objetos de Felipe Barbosa, que come era de se esperar, causou alvoroço na Arco com um de seus divertidíssimos trabalhos de bichos de pelúcia revestidos com bombinhas. Não deixe de conferir. Satisfação garantida.



Artista: Felipe Barbosa

Artista: Rick Castro



Artista: Lucia Koch


Artista: Rogerio Degaki



Artista: Sandra Cinto



Galeria Fortes Villaça



Artista: Iran do Espirito Santo


Em En Passant, Iran do Espírito Santo dá um tapa com luva de pelica no circuito de arte contemporânea.

Com 53 tons de cinza organizados verticalmente no andar inferior e horizontalmente no andar superior, Iran faz sua critica ao mercado, desde o nome até a obra, efêmera que irá desaparecer com o fim da exposição.

Seu interesse por fotografia em preto e branco é o inicio desse trabalho, dando um caráter mais reflexivo à maneira como o mercado consome e descarta arte e artistas. En Passant, te descarta antes. Com uma única pintura realizada no interior da galeria, Iran faz você querer se jogar no chão, ora pela liberdade, ora pela opressão. Sem nada para vender, mas muito a dizer, apenas arte pela arte.

Maravilhoso poder ver o trabalho de um artista completo e com bases tão sólidas em sua pesquisa constante, se apresentando ora em obras de materiais extremamente sólidos e permanentes, ora efêmeras, mas mantendo sempre o mesmo discurso.

Imperdível, para quem adora, para quem não conhece e para aqueles que ainda tem dúvida da potência que é a arte de Iran do Espírito Santo. Até 20 de março na Galeria Fortes Villaça.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

Brasil bombando na Arco

Em sua 27ª edição, a Arco, Feira de Arte Contemporânea de Madri, teve como convidado do ano o Brasil, que compareceu em peso com espaço para 32 galerias nacionais no circuito oficial. Toda programação, oficial e paralela foram coordenadas pelo governo brasileiro, com curadoria de Moacir dos Anjos e Paulo Sérgio Duarte.
Na Arco galeristas brasileiros afirmam terem realizados grandes negócios, mas o que realmente deu o que falar foram obras e intervenções em espaços públicos e instituições importantes no circuito off. Destaque para Carmela Gross e Fernanda Gomes no MataderoMadri, de Miguel Rio Branco na Casa de América, Marcelo Cidade, Lucia Koch e Cão Guimarães na Casa Encendida e José Damasceno no Reina Sofia.
A Tate, de Londres, está de olho em Marcelo Cidade. Já Cão Guimarães, despertou o interesse do Moma, em Nova Iorque.
O Reina Sofia adquiriu obras de Lygia Pape e o Centro Galego de Arte Contemporânea, de Waldemar Cordeiro, Jac Leirner, José Damasceno e Resstffe.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Estação Pinacoteca - Novas Aquisições



Artista: Rochele Costi - Quartos



ESTAÇÃO PINACOTECA


Artista : Gustavo Rezende

Artista: Iran do Espirito Santo

SESCSP av paulista

Artista: Christoph Girardet & Matthias Muller
Artista: Brice Dellsperger